Guess who’s back?
Se você leu com a voz do Eminem… Meus mais sinceros parabéns.
Voltamos (de novo). Dessa vez, pedimos desculpas por não termos conseguido entregar o resumo para vocês… A última semana foi uma bela de uma confusão. Enfim, águas passadas. Garantimos que valeu a pena a espera.
Shady is back, back again. 🎵
Quem foi Epicteto?
Epictetus de Hierápolis (c. 50-c. 120 d.C.), ou em português - Epiteto ou Epicteto, foi um filósofo estoico grego. Sim, o nome dele é somente “Epictetus”. Eu acho - mas assim se pá - que naquela época não tinha uma “novela do momento” para dar nome as crianças… Imagina, “Enzos” e “Valentinas” sem TikTok? Ou estudarmos Enzo de Éfeso na escola? 🤔
Brincadeiras a parte. Nascido escravo na Frígia (atual Turquia), viveu por décadas nessa condição servil sob a “posse” de um senhor cruel. Desde de jovem, Epicteto praticava várias das virtudes que viriam a ser pilares da sua doutrina.
Após várias décadas como um escravo virtuoso, Epicteto consegue sua liberdade. Enfim liberto, nosso herói ruma a Roma, onde entra em contato com estoicismo. Extremamente influenciado por essa filosofia, Epicteto começou a ministrar seus ensinamentos em locais públicos e outros espaços, como nas residências de seus discípulos.
A exemplo de Sócrates, Epicteto não escreveu e nem formou uma escola como fez Aristóteles. As obras atribuídas a Epicteto (Manual [Enchridion] e Discursos) foram escritas pelo seu discípulo mais íntimo: Flávio Arriano (Flavius Arrianus). A caso de informação, “Discursos” era composto por 8 livros… Somente 4 sobreviveram. 😬
Começando…
INTRODUÇÃO
A exemplo do resumo de “Sobre a Brevidade da Vida”, o resumo de hoje não será dividido em partes. Assim como a obra de Sêneca, o livro de hoje é estruturado em ensaios, que compilei e se tornaram 17 lições.
E também, em situações oportunas eu irei explicar alguns conceitos estoicos que influenciaram a passagem em questão… Não conhece o Estoicismo? Não se preocupe, no resumo da obra de Sêneca tem uma introdução sobre essa brilhante filosofia. 😉
Sem mais delongas, bem-vindo ao “Manual de Epicteto”.
A arte de viver melhor
I. Foque naquilo que você…
“Entre as coisas que existem, há aquelas subordinadas a nós e as não subordinadas a nós.”
A obra já começa com um dos pilares fundamentais do estoicismo: o foco naquilo que você controla. As coisas subordinadas a nós são: O pensamento, o impulso, o desejo, o evitar e todas as operações que executamos. Note que todos esses aspectos são características internas nossas.
Já as que não está subordinadas a nós são: o corpo, os bens, a reputação, os cargos e todas as operações que não executamos. Epicteto julga as coisas não subordinadas a nós como frágeis, externas e dignas de um escravo.
Seguindo esse raciocínio, nós não controlamos os eventos externos, a sorte, o carma, as outras pessoas, o mundo. Entretanto, tais coisas dizem respeito a algo que está verdadeiramente sobre nosso controle: o pensamento, como dito por Epicteto. Assumindo essa postura, é possível exercitar o amor fati. (Daqui a pouco eu explico.)
Logo, cabe a você definir se um evento é bom ou ruim. As impressões são algo interno, próprio de cada indivíduo e de acordo com suas experiências e concessões sociais, você julga uma situação como boa ou ruim. 🤔
“Portanto diante de toda ideia desagradável apressa-te em dizer: ‘És uma ideia, e de maneira alguma o que aparentas ser’.”
Parte do Estoicismo é a consciência em relação as suas impressões e pensamentos ao dar um passo para trás, para submetê-los a exame e testes com base nas regras do momento. E obviamente, a regra principal é: “Eu controlo isso?”.
“Se disser respeito ao que não está subordinado a nós, prontifica-te a dizer: ‘Nada é com relação a mim‘.”
II. Generalize 😐
“Se gostas de um jarro, diz ‘gosto de um jarro’, pois, se acontecer de ele se quebrar, isso não te perturbará.”
Nesse trecho, Epicteto reflete sobre o valor que atribuímos aos objetos e as pessoas. Vivemos em um mundo tão materialista (os dados não mentem) que quando perdemos um celular, por exemplo, parece o fim do mundo.
Essa ideia de generalizar, diz respeito as coisas que promovem momentos de alegria, entretenimento, de afeição. Quando nos referimos a esses objetos pelo que se tratam (da maneira mais geral possível), acabamos por afastá-los de nós. Logo, se você perder seu celular, não diga “perdi o meu iPhone 12 Pro”. Diga “perdi um celular”.
A passagem seguinte pode soar meio extrema, pois ele continua dizendo:
“Se beijas teu próprio filho ou esposa, diz que beijas um ser humano; com efeito, nesse caso, se ele morrer não te perturbarás com isso.”
Particularmente, eu entendi o ensinamento. Sobre o exemplo? Vou deixar para você.
III. Visualização 👁
“Quando te dispões a realizar alguma ação, recorda-te de qual é a natureza dessa ação. Se está saindo para […] antecipa mentalmente o que acontece em uma […].”
O exemplo de Epicteto é ultrapassado, logo complete com “academia” ou outro espaço que você frequente. O importante aqui é a visualização da sua ação e o exercício de imaginar situações hipotéticas que podem vir a acontecer.
Em outras palavras, ao visualizar possíveis cenários você consegue lidar melhor com situações de adversidade e obstáculos, pois você já estava preparado de antemão.
IV. A dieta pobre em informações 🥗
Não sabe o que é a dieta pobre em informações? Clique aqui para conferir esse conceito.
“Se queres progredir, resigna-te a parecer externamente um insensato e um estúpido, e nem queiras ostentar que possuis qualquer conhecimento; e se gozares de alguma boa reputação, desconfia de ti mesmo.”
Vivemos em um mundo super conectado, que uma das atitudes mais corajosas é dizer: “Eu não sei.”. E se quiser provocar: “Eu não me importo.”. Quando disser que não viu a série do momento, provavelmente, a reação de quem escutar isso será “Como assim? Todo mundo… ou Você precisa assistir/saber”.
Mas… Quem disse que isso é realmente necessário? Claro, você (como cidadão) tem o dever de saber, no mínimo, situações nacionais e internacionais que podem vir a afetar familiares e/ou amigos. Só isso.
Quanto mais tempo, energia e disposição você poderia ter se reduzir seu consumo das mídias? O quão em paz, tranquilo e presente você estaria se não se incomodasse com todo escândalo, fofocas, breaking news e crises em potencial (crises essas que, a maioria esmagadora, sequer acontecem)?
V. Amor fati 🔥
Que conceito, senhoras e senhores…
“Não busques que os acontecimentos sejam como queres, mas que queira que os acontecimentos sejam como são, com o que serás feliz.”
Que oportunidade para que eu lhe apresente a máxima Amor fati. Como não poderia ser diferente, vem do latim e significa “amor ao destino.”
De fato, a nomenclatura foi criada pelo filósofo Friedrich Nietzsche, aparecendo em sua obra “A Gaia Ciência” publicada em 1882. Entretanto, é notório que a ideia em si, surgiu com os estoicos, haja vista essa fala de Epicteto que é uma descrição impecável do conceito.
Amor fati é um exercício. Ao aceitar os acontecimentos da vida, você se torna capaz de tirar o melhor de cada situação, cada evento, cada acontecimento. É uma oportunidade para exercitar alguma virtude sua….
“Diante de cada um dos acontecimentos que o atingem, lembra de te voltares para ti mesmo em busca daquele poder que tens para tirar proveito de tal acontecimento.”
Ao utilizar “poder”, Epicteto se refere as virtudes como paciência, coragem, autocontrole e por aí vai. Chegou no médico e está na fila de espera? Bela chance de treinar a sua paciência. (Por mais de 2 horas complica… Mas fazer o que, né?) 👩⚕️
“A conclusão é que é impossível para alguém que se considera vítima de um dano extrair prazer daquilo que julga estar produzindo dano a ele, como também é impossível que extraia prazer do próprio dono.”
Portanto, nada de vitimismo. É interessante acrescentar que os estoicos acreditam que todos nós possuímos um destino que foi predeterminado por uma Providência, logo ao aceitarmos os acontecimentos como são, aceitamos o nosso destino. Adotar esse raciocínio facilita (e muito) o exercício do Amor fati.
VI. Suas impressões 🖨
“Não são as coisas que perturbam as pessoas, mas os pareceres a respeito das coisas.”
Na visão de Epicteto: O mundo não é o que é, é o que você enxerga dele. Por exemplo, a morte é assustadora? Ela nem existe. “Como assim?”. Ué, sua morte não existe, pois você está vivo e quando ela - de fato - existir, você não estará mais aqui. O parecer sobre a morte que é assustador.
Não temos medo da morte em si, mas das impressões que temos sobre a morte. O mesmo é aplicável a outras situações. Portanto ao se irritar ou perturbar-se com alguém ou algo, a responsabilidade não é do outro, mas sim dos seus próprios pensamentos.
“É ação de um ignorante acusar os outros dos próprios males; atribuir a culpa a si mesmo é atitude de alguém que dá início a sua educação; aquele que nem acusa aos outros nem a si mesmo já é alguém educado.”
Essa eu deixo para você.
Ô saudade 🥺
“Quando veres alguém chorando de aflição devido à ausência de um filho em viagem, ou devido à perda dos seus bens, não te deixes tomar pela ideia de que os males que o atingem têm origem externa.”
Nosso herói reflete sobre o que oprime a pessoa em aflição - nesses casos - não são os acontecimentos (já que eles não oprimem outras pessoas), mas sim as impressões que o outro sustenta sobre eles.
Quando se encontrar em situações como esta, não hesite em ser solidário com o próximo e o console. Entretanto, tenha cuidado para não tomar a dor do outro para si. Seja solidário e compassivo, mas não adianta “comprar” a dor.
A verdadeira fonte da ofensa⛲
“Lembre que não é aquele que te insulta ou aquele que te agride os agentes da violência, mas sim tua opinião de que eles são violentos contigo. Por conseguinte, quando alguém te provoca, saiba que foi tua própria opinião a responsável pela provocação.”
Situações como estas, necessitam de nossa participação, até mesmo de nossa autorização para que aconteçam e sejam classificadas como “ruins” ou “ofensivas”.
Nossa reação que determina se a ofensa aconteceu ou não. Logo, porque não escolher não reagir? Exercendo o autocontrole, pode-se refletir e julgar algo como bom ou ruim. Se esse mesmo evento se repetir, porém em outro momento da sua vida, você pode ter uma reação diferente. Escolha não reagir.
VII. Obstáculo x Vontade 🏀
Vontade: comer nutella. Obstáculo: dieta…
“A doença é um obstáculo para o corpo, não porém para a vontade, a não ser que esta a queira. […] E diz isso diante de cada um dos acontecimentos que atingem a ti; com efeito, descobrirás algo que serve de barreira a alguma outra coisa, mas não a ti.”
Como ler essa frase e não pensar no jogo 5 das Finais da NBA de 1997? Michael Jordan decide pedir uma pizza na noite anterior ao jogo, ele come a pizza sozinho enquanto conversa com alguns membros da comissão do Chicago Bulls. 03h da manhã Jordan liga para seu treinador pessoal. 🍕
Ao chegar no quarto, ele encontra Michael suando frio e se contorcendo de dor. Todos imaginavam que ele não seria capaz de jogar a partida… MJ chega no estádio com febre e mole, mas mesmo assim ele entra em quadra e começa mal.
Entretanto, entre idas e vindas ao banco para descansar, Michael consegue incríveis: 38 pontos, 7 rebotes, 5 assistências e 3 roubadas. Levando o time do Chicago a vitória e no jogo seguinte ao título. Essa partida é conhecida como “Flu game” ou “jogo da gripe”, que na verdade era uma intoxicação alimentar.
A doença pode ser um problema para o corpo, mas não para a mente (há exceções, eu sei).
VIII. O banquete da vida 😋
“Lembra que te deves comportar como se estivesses num banquete. Se o prato que circula chegou a ti, estende a mão e toma uma porção de modo decente e polido. Passou ao teu lado? Não o detém. Se ainda não chegou a ti, não projetes de longe o teu desejo por ele, mas aguarda que chegue a ti.”
Que metáfora fantástica. Sempre que desejar algo, lembre-se dela. Quando se encontrar extremamente ansioso e pronto para fazer tudo e qualquer coisa para conseguir algo - como cruzar a mesa e pegar a comida do prato de alguém - puxe o freio de mão e reflita, pois a ganância é indesejável.
Essa metáfora possui outras interpretações, como refletir o quão abençoado somos por receber um convite para tamanha festa (gratidão). Podemos também entender que é necessário aproveitar aquilo que já está disponível no nosso “prato” (aproveitar o momento presente, afinal é o único que existe)… Mais alguma interpretação?
IX. Luz, câmera, ação! 🎬
“Lembra que és um ator num drama no qual o personagem que desempenhas é o preferido pelo dramaturgo. Independente do teu papel, trata-te de interpretá-lo com talento.”
Esse tá fácil de entender, né? Assuma responsabilidade pela sua vida e certifique-se de agir com excelência. Uai, você - de fato - é o protagonista de sua vida, faça o que deseja, busque aquilo que você almeja! Se não você, quem? Se não agora, quando?
Se não assumir o protagonismo de sua história, você pode acabar se tornando o secundário de outra, ou até mesmo um mero figurante…
X. Porque você precisa agradar a todos?
Compramos coisas que não desejamos, para impressionar pessoas que não gostamos.🥊
Essa referência é para poucos.
“Se por acaso vier a acontecer contigo de te voltares para o exterior no desejo de agradar a alguém, saiba que com isso afastaste de ti a estratégia para a direção da vida.”
Por que fazemos isso? Por que essa tentativa de agradar aos outros? Claro, há situações que é interessante e, de fato, recomendável, como a agradar a morena. (Tô errado?). O problema é quando nos afastamos da “estratégia para a direção da vida”, que é basicamente nosso propósito, valores e princípios.
Quando dizemos “sim” a algo, dizemos “não” a uma infinitude de outras coisas (muitas que sequer temos noção). Cada escolha é uma renúncia, e nesse caso - a depender - é uma renúncia com o seu próprio Ser. Para mudar esse comportamento, o filósofo aconselha:
“Portanto com respeito a tudo, contenta-te em ser filósofo; e se for tua vontade, inclusive, parecer um, mostra a ti mesmo que és e isso será suficiente.”
XI. Premeditatio Malorum 🔮
“Mantém, dia a dia, sob teus olhos a morte, o exílio e todas as coisas que se mostram terríveis, sobretudo, entre todas, a morte: o resultado será jamais pensares algo de vil nem desejares algo em excesso.”
Essa passagem cai como uma luva em 2 máxima estoicas: Memento Mori e Premeditatio Malorum. Como ficou evidente, irei abordar a última, pois o conceito Memento Mori já foi abordado no resumo - já citado - de “Sobre a Brevidade da Vida”.
Premeditatio Malorum, vem do latim (não sei se deu para notar) e significa “premeditação dos males”. Em outras palavras, é o exercício de visualizar possíveis cenários futuros em que alguma m. acontece. 🥴
“Nossa, que pessimismo.”. Não, como já disse em resumos anteriores, existe dois elementos conectados entre si que interferem em nossas vidas: o caos e o acaso (sendo que o acaso é parte do caos). Logo, querendo ou não coisas ruins acontecem em nossas vidas. Eu não sei você, mas prefiro estar preparado a ser pego de surpresa.
Esse exercício ajuda você a se preparar ao inesperado, tornando o imprevisível previsível, afinal é previsível que o imprevisível aconteça em algum momento… Ficou confuso? 🤯 Ok.
Em resumo, ao imaginar possíveis cenários em que as coisas dão errado, você é capaz de se prevenir, e saber como se comportar em situações similares, não sendo vítima do pensamento reativo. Além disso, ao estar consciente que o cenário x possa acontecer, caso ele de fato torne-se real, você não será pego de surpresa.
XII. Vitimismo 🙄
“Lembra que, se não fazes o mesmo que os outros visando a obter coisas que não estão subordinadas a nós, não pode ser considerado merecedor de compartilhar igualmente com os outros.”
Essa me passagem me lembrou o excelente texto “The Man in the Arena” de Theodore Roosevelt. Nele, Roosevelt fala que os críticos e as pessoas que apontam e julgam, estão nas arquibancadas e são almas tímidas e covardes. O importante mesmo é o homem que está na arena, cujo rosto está coberto de sangue, areia e suor.
O importante é este homem, pois ele avança corajosamente, que tenta e erra, tenta e erra, tenta e erra, pois sabe que não há esforço sem erros e contratempos. Mas que avança para executar suas tarefas, que no melhor cenário será recompensado no final pelo triunfo da alta conquista e, se falhar, ao menos o fará com excelência.
Logo, o lugar desse homem jamais será com aqueles que estão nas arquibancadas. (Mais alguém lembrou dos críticos de Olimpíadas? 🤬) Como você quer emagrecer, se nem pratica uma atividade física? Sequer faz uma dieta? (por favor, “dieta” não é sinônimo de emagrecimento, é uma ingestão apropriada de nutrientes.)
Portanto, quando Epicteto diz que você não é merecedor quando não se esforça para conseguir algo não subordinado a ti (como honra, conquista, respeito), ele lhe convida a aplaudir o sucesso alheio (ao invés de ter inveja) e em caso de situações más, não sofra por não ter obtido. E ele finaliza:
“Mas se não queres pagar e ao mesmo tempo queres receber, és insaciável e também estúpido.”
XIII. Only fools rush in…
Na moral, a performance de Elvis nessa música é… 👌
Não, essa passagem não é - necessariamente - sobre amor.
“Em cada ação considera os antecedentes e os consequentes dela para só então realizá-la.”
Ok, tem situações que é interessante seguir o instinto ou a emoção, mas - na maioria dos casos - é necessário paciência e reflexões acerca de nossas decisões, principalmente, as grandes decisões.
Você gostaria de ganhar uma medalha olímpica? Eu também! Entretanto, porque você não busca essa conquista? Porquê você sabe a disciplina necessária, as incontáveis horas de treino, o comprometimento com a dieta… Em resumo, você não está disposto a passar pelo processo necessário. 😬
A mensagem de Epicteto é simples e evidente: only fools rush in. (Somente os tolos se jogam, em tradução direta). Quando você toma decisões sem ponderação, as chances de dar ruim são grandes. E o mais importante, como diria Marco Aurélio: “Sempre pergunte-se, isso é necessário?”.
E nosso herói finaliza com:
“Começa por considerar o que é que pretendes fazer, para depois, instruindo-te sobre sua própria natureza, descobrires se és capaz de levá-lo a cabo.”
Ao dizer “instruindo-te sobre sua própria natureza”, ele clama para que você tome consciência dos seus pontos fortes e fracos, o seu talento, antes de tomar uma decisão. Consciente disso, você é capaz de tomar decisões cada vez mais assertivas.
XIV. “Eu fiz… Uma vez eu…” 🗣
“Nos diálogos das reuniões sociais, esquiva-te de evocar muito ou em excesso teus próprios feitos ou perigos. Com efeito, embora seja para ti agradável recordar os perigos que experimentaste, não é agradável aos outros ouvir as tuas vicissitudes.”
Tem exceções? Claro! É interessante contar uma história ou outra em um encontro com a morena, mas em reuniões e rodas de conversas com amigos… Na maioria das vezes não é interessante. Óbvio que isso depende de um dos elementos mais fundamentais da existência humana: contexto.
Isso de forma geral. Agora, quando Epicteto classifica “teus próprios feitos e perigos”, fica evidente o que é indispensável evitar. O fantástico filósofo Nassim Taleb nos avisa sobre a “falácia da narrativa” - a tendência de assimilar eventos desconexos do passado em histórias (o que Amos Tversky chamou de “determinismo insinuante).
Por mais que contar essas histórias seja gratificante - para você - elas inevitavelmente levam a construção de uma situação inexistente, levando a um senso de coesão que certamente não é real. Evite essa bolha fantasiosa. Se conecte e escute as pessoas, não “performe” na frente delas.
E para terminar bem o resumo…
XVII. Não diga, seja.
“Nunca diga que és filósofo nem fales frequentemente sobre princípios filosóficos com pessoas vulgares, mas aja de acordo com tais princípios. Por exemplo, num banquete não digas de que forma se deve comer, mas come da forma que se deve.”
A não ser que esteja conversando com um filósofo ou um grande entusiasta em filosofia, não evoque o assunto durante um diálogo. Isso porque o mais importante dos princípios filosóficos de qualquer escola/doutrina foram feitos para serem praticados, e não para serem pregados e exibidos por aí.
Não diga “sou um estoico” ou “sou um estudante de Aristóteles”. Abrace a filosofia que adotou para sua vida e ensine pelo exemplo, não pela fala. E não se limite, pegue um pedaço de cada doutrina e monte uma própria. Sim, se aproprie dos pensamentos desses filósofos, pois se eles não quisessem que isso acontecesse, não teriam deixado registros.
E não tenha medo de abrir mão de um conceito, pois achou outro mais interessante (e que fez mais sentido). Você vai mesmo ficar preso a palavra de um homem que faleceu à décadas/séculos/milênios atrás? ☠
E a nossa queridíssima reflexão final…
Discordo de tudo.
Tá de brincation with me? Brincadeira. Lembre-se que nós estamos aqui para transmitir o conhecimento e a sabedoria das obras que possuem o privilégio de ganhar um resumo da easy books. Afinal, como disse Aristóteles:
“É o sinal de uma mente educada ser capaz de entreter um pensamento sem aceitá-lo.“
That’s all folks! Vejo vocês no próximo resumo.
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Expandindo…
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